quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Excessos do vício de assistir televisão

Não podemos negar que a televisão veio para mostrar o que é verdadeiramente a tecnologia. Há anos não existiam sequer pensamentos de ver o que acontece em tempo real em lugares extremamente longes, como por exemplo em 1969 onde o primeiro homem conheceu a obscuridade da Lua, e vislumbrou a paisagem imensa do planeta Terra.
No começo desta tecnologia audiovisual, tudo era perfeitamente incrível, “era” perfeito. Mas não sabíamos que poderia virar algo vicioso, pois era um passatempo, algo que as pessoas passavam o dia trabalhando e mal esperavam para chegar em casa e ficar “por dentro” dos acontecimentos regionais ou até mesmo nacionais e mundiais. As crianças estudavam normalmente na escola, e quando estavam em casa, tinham um aprendizado através deste instrumento de comunicação, um aprendizado que acompanhava o que os pais ensinavam.
Hoje não podemos dizer o mesmo, infelizmente. Toda essa comunicação ficou atordoada com os acontecimentos sociais. As mortes, as destruições, as culturas inúteis para a construção de um novo ser, a reconstrução do ser inacabado, todo alerta de que estamos presos á um mundo de mentiras, de corrupção, de não lealdade, de não fidelidade, de falsidade, de dinheiro, de sexo sujo, de ilusões. Tudo comprova que a cada vez estamos tendo mais lavagens em partes de um todo ( na memória, na convicção de que somos únicos e insubstituíveis... ). Essas lavagens que contribui para uma era de robôs, uma nova era, onde somos manipulados pela comunicação e ainda mais por aquelas em que vemos e ouvimos, pois elas adentram profundamente em cada parte consciente de nossa consciência.
Hoje podemos perceber que a televisão não é mais um passatempo, pois não temos tempo nem para nós, quanto mais para aquilo que nos priva do que queremos, de ser o que somos.
Por mais que muitas pessoas se entregam ao vício de entrar no mundo televisivo, e acreditar em tudo que é pronunciado por outros que são manipulados por seres maiores, ainda há a cura. A questão é o excesso do vício, que é quando o vício se torna um vício, viciar no vício, algo mais além. A pessoa não vive, não come, não faz nada além do vício de assistir televisão, fica totalmente dependente da comunicação, aliás, comunicação é um ato que exige,  a pessoa que expressa a mensagem, e o receptor, sendo momentâneos, e não sendo sempre o mesmo,  então ele fica dependente de algo que não é recíproco, mas que somente e só ele recebe a mensagem.
Posso ver por um lado, que como toda tecnologia e como tudo, acaba ou definha, a televisão também passará por este processo, até porque hoje já existe a internet que está tomando o lugar de tudo que antes era impossível, sendo que, nela podemos encontrar a televisão, vídeos, games, dentre tudo que possamos imaginar, existe na internet, então, esta super-
tecnologia preenche a vaga que persiste em permanecer nos erros daqueles que um dia fizeram parte de momentos alegres.
Esperaremos que a televisão vire algo passado e o vício possa tomar conta da “internet”.
Diz todos que vivem para consumir o vazio da razão de estar presente no inútil.